sábado, 19 de março de 2011

Inverdades comissionadas

Proposta por Lula durante o seu Governo, a comissão da verdade provavelmente será aprovada neste ano, primeiro do Governo Dilma, já que o Congresso está submisso ao Executivo e este a deseja mais do que nunca.
Não seria por acaso uma grande mentira se esta comissão, ao que me parece, nomeada pelo Governo, apenas apurasse os crimes militares. Mas, dentro de um Brasil democrático como hoje, isto seria uma ignomínia ao povo brasileiro, e a todos aqueles que sofreram nas mãos da luta armada contra o regime. Pois o regime militar não se faz com uns simples soldados rasos, nem com embaixadores estrangeiros, muito menos funcionários de bancos, empresários e por aí vai.
Mas, para a surpresa de todos, ou não, o Governo apenas pretende apurar os crimes militares, o que será uma tremenda injustiça. E pior, já está causando um profundo mal-estar no Alto-Comando do Exército, com apoio da Marinha e da Aeronáutica.
Colegas, vamos pensar o assunto, é óbvio que os crimes militares, as torturas e as mutilações devem ser apuradas, mas não seria justo que os crimes cometidos pela guerrilha não venham à tona. Que verdade é esta? 
O maior defensor da comissão da (in)verdade é o Sr. José Dirceu, faça-me o favor. Este disse em seu blog: Não dá para aceitar. Querem a reciprocidade, investigar a oposição e a resistência à ditadura? Investigar quem foi preso, torturado, condenado? Quem foi demitido e exilado, perseguido e viu sua família se desintegrar? Quem teve que viver na clandestinidade e no exílio para não ser preso e assassinado? Mas, estes todos já foram julgados. A maioria, apesar de civis, por tribunais militares de exceção e, quando condenados, cumpriram pena. Querem que sejam investigados e julgados duas vezes ou mais?”.


Gozado pensar que muitas pessoas inocentes não pensariam assim, mas o Sr. José Dirceu, um grande entusiasta da corrupção e imoralidade que reina hoje em Brasília, pensa. E também é óbvio que os "democratas" da guerrilha não sonhavam com eleições diretas, anistia ampla, geral e irrestrita, e muito menos com a sobrevivência dos que os afrontavam.
O Governo do PT estará cometendo uma cincada, até comum para quem passou a analisar seus trabalhos, se esta comissão for aprovada nos moldes em que está proposta.
Os militares divulgaram uma nota oficial, e propuseram uma emenda à lei da criação da comissão que extinguirá o revanchismo da mesma. Na emenda em que pedem apuração também de casos de terrorismo e justiçamento (militantes de esquerda que matavam traidores dentro de seu grupo), os militares afirmam que, assim como a tortura e o homicídio, são crimes equiparados a hediondos e que devem receber o mesmo tratamento pela Comissão da Verdade. 
O projeto do governo assegura o anonimato a testemunhas que, voluntariamente, entregarem documentos ou prestarem depoimentos. As Forças Armadas querem a identificação de todas as pessoas. "É atender ao princípio do contraditório e da ampla defesa. Denúncias anônimas poderiam surgir sem fundamento", argumentam. 
Outra mudança desejada é trocar a expressão "convocar" (militares e outras testemunhas) por "convidar" - que ninguém seja obrigado a comparecer à Comissão da Verdade. "É inconstitucional dar poderes de polícia à comissão", afirmam. 
Outra alteração é impedir sessões fechadas, como prevê o texto do governo em casos de resguardar a intimidade e a vida privada das pessoas. "É para garantir transparência e espírito democrático às atividades da comissão, evitando que reuniões secretas tenham por fim direcionar os trabalhos. Não há motivos que justifiquem os trabalhos secretos da comissão", defendem os militares. 
Creio que a retaliação para com as Forças Armadas não seja a melhor saída. Vamos investigar os dois lados, vamos punir os dois lados. A LUTA ARMADA NÃO DESEJAVA UM ESTADO DEMOCRÁTICO, ASSIM COMO OS MILITARES TAMBÉM NÃO. DESEJAVA  UMA DITADURA NOS MOLDES DE CUBA OU URSS. Esta é a vocação brasileira? Ditadura ou ditadura? Não. Então que a justiça seja feita. Dos dois lados.

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