quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A nova face da política imigratória brasileira.


 
Aeroporto de Guarulhos, porta de entrada dos imigrantes do século XXI


Divulgado com entusiasmo e ufanismo pelo governo brasileiro e por jornais que fazem parte da grande mídia brasileira, o novo fluxo de imigrantes europeus para o Brasil já é uma realidade. No entanto a seguinte pergunta nos intriga, a nós brasileiros: Por que não reformar o nosso sucateado sistema educacional para que o cidadão brasileiro possa competir de igual para igual com o estrangeiro?  
      Pergunta essa, que eu me fiz ao me deparar com tal iniciativa completamente equivocada dos nossos governantes, já que apesar da sua qualificação a atual mão de obra europeia não é estável e não tem interesse em permanecer no Brasil, após o fim da crise do bloco europeu. Além disso, a política imigratória brasileira coordenada pela Secretaria de Assuntos Estrangeiros (SAE) é discriminatória, pois segundo Ricardo Paes Barros, economista e coordenador do projeto irá ocorrer um processo chamado de “imigração seletiva”, ou seja, um eufemismo utilizado para mascarar a não concessão de vistos, a estrangeiros sem qualificação ou de países pobres, que iludidos com a onda de “prosperidade” no Brasil poderão vir a ser tornar candidatos a entrada no país.
O claro desinteresse e a falta de vontade política da atual elite no poder em preparar, a nossa população para as melhores vagas no mercado de trabalho é nítida e ao mesmo tempo preocupante, já que recorrendo a estratégias que demonstram dependência, essa mesma casta privilegiada é contraditória em seu próprio discurso ao defender que com a vinda do imigrante qualificado para o Brasil, haverá transferência de tecnologia, o que nos isentaria de produzir a nossa própria?    
Por fim, a atual política, cujo objetivo central é a vinda de trabalhadores qualificados é contraproducente e um desserviço para o país e os seus cidadãos, pois o momento para qualificar, formar profissionais competitivos e reformar o sistema educacional desde a base (ensino fundamental e médio) ao ensino superior é agora, sem essas medidas continuaremos, a utilizar de métodos escusos para suprir a nossa crônica falta de mão de obra qualificada.




Por Ricardo Marinho(estudante de História da UERJ), leitor e colaborador do Observatório Crítico.

2 comentários:

  1. Ricardo,Você ,como estudante de Historia, deve estar acompanhando como o Brasil esta cada mais dependente das exportações para a China, que já superou os EUA.Exportamos commodities e importamos produtos com valores agregados, desde colherzinha de sorvete a vagões de metrô.
    Vale a pena uma a leitura atenta deste artigo:
    Brasil importa alta tecnologia chinesa, onde aborda:Exportador de produtos baratos, gigante vira fornecedor de bens sofisticados para empresas como Vale e CSN. Principal exportadora à China, Vale comprou 12 navios de um estaleiro privado; CSN, itens para fábrica de aço da Cisdi....e o pior "MÃO DE OBRA
    A China também demonstra ter mão de obra qualificada. Em março, a Petrobras recebeu no Rio a primeira plataforma cilíndrica do mundo para um contrato de seis anos. Ela foi construída na China pelo estaleiro estatal Cosco Qidong, sob encomenda da norueguesa Sevan Marine, que detém a tecnologia."Se consideramos que os 10% mais inteligentes e preparados da China equivale a um Brasil, em breve estaremos também importando Mão de obra chinesa.
    http://www.brasilagro.com.br/index.php?noticias/detalhes/8/28907

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  2. Ótima postagem. Boa escrita, sucinto, objetivo e direto.

    Não consigo ser tão sucinto, por isso me considero um escritor cansativo, às vezes preciso de uma frase forte, "de efeito" para terminar um texto, senão o mesmo torna-se interminável.

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