sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Meu amigo X, antes de depois

Bom meus caros, interrompo aqui as postagens sobre textos político-sociais afim de lhes contar as impressões que tive ao rever um grande amigo de minha família, o X.
Quando conheci X, eu era apenas um jovem de dezesseis anos, e ele 21. Cursava a Universidade Cândido Mendes, mais precisamente o curso de economia, sempre se destacando por suas notas e conseguindo bons estágios, rodeava-se de amigos e sempre viva sorrindo.
X era um jovem cheio de sonhos, que me ensinou muitas coisas. Lembro-me bem de quando estava apaixonado por M, também amiga de minha infância. Viam-se quase que diariamente, até achei que fossem casar-se e encontrar a felicidade.
Bom, eis que hoje, passando pelo centro da cidade, mais precisamente na Rua Primeiro de Março, vejo um sujeito sentado em um bar rodeado por lindas garotas e bebericando whisky e cerveja, quando me dei conta, era X. Diferente, estava mais alto, bem arrumado, porém com uma cara de sujeito desinteressado, apenas vivendo. Parei, falei com ele, e lógico, com as garotas, nenhuma delas demonstrava o mínimo de inteligência, apenas estavam ali para o "abate", como me revelou X. Questionei se isto era certo, afinal eram três. Além de me dizer que sim, revelou que era outro, e que M havia morrido para ele quando ele tinha 23 anos.
Tomei o primeiro ônibus para casa e fiquei me questionando sobre o que houve na vida de X que fê-lo mudar radicalmente. Ao chegar em casa liguei para antigos amigos e fiquei surpreso mais que boquiaberto ao ouvir as histórias destes anos os quais eu me mantive à parte de um belo círculo de amizades.
X tornou-se um dos sócios de uma mediana empresa de contabilidade localizada no bairro do Castelo, no Centro. Hoje, é uma pessoa que não se importa com os outros, costuma dizer que seu coração morreu junto com tudo o que ele acreditava, o porquê disso tudo eu sequer faço ideia.
Mas gosto de fazer conjecturas, embora este assunto não seja o meu forte. Como um péssimo pesquisador das relações humanas, pude constatar que X sofreu alguma grande decepção em sua vida, a qual o fez congelar profundamente. Hoje ele diz aos amigos que é mais fácil acreditar em um político do PMDB do que nos sentimentos de uma mulher, o que é monstruoso de ouvir. Não pretende se casar, muito menos se envolver com qualquer tipo de mulher, à não ser com as quais ele denomina objetos. Algumas estudantezinhas universitárias, estagiárias de sua empresa ou mesmo prostitutas.
X hoje é um homem que se acha feliz, mas na verdade é um solitário. Nunca vou saber o que aconteceu com aquele homem feliz, e hoje o que mais me atemoriza é ter que ficar como ele, coisa que eu não desejo para qualquer um.

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