terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Análise da pesquisa da Firjan sobre as UPPs, e a divisão das empresas no Rio de Janeiro

                                                    Trânsito no Rio de Janeiro: problemas para quem mora longe do emprego.


Caros amigos, preciso escrever sobre um assunto que me intrigou bastante. É sobre o Rio de Janeiro  e a falta de visão política de alguns mandatários fluminenses, inclusive o atual.
Uma pesquisa da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro) demonstrou que existe uma enorme diferença social entre as comunidades com UPPs, o que é, de uma certa maneira, normal mas não deveria ser.
A favela do Batan, em Realengo, na zona oeste, teve as piores colocações em quase todos os indicadores. Falta cultura, lazer e oportunidades de trabalho, mas por quê as favelas do Pavão-Pavãozinho, Chapéu-Mangueira  e Cantagalo ficaram bem à frente ?
Claro que em qualquer sociedade capitalista, a diferença social já não é mais um fato social patológico, mas as pessoas precisam acreditar que podem ter, e devem ter, oportunidades de crescer, senão a sociedade fica estagnada, pois não existirão meios de crescimento da classe média.
Quando comunidades como a Vila Kennedy e a Vila Aliança foram criadas, localidades relativamente próximas ao Batan, a idéia central não era "expulsar os favelados e mandá-los para o quinto dos infernos" como a esquerda patrulhista dizia, mas sim criar uma ampla rede de interligação na cidade que possibilitasse um deslocamento rápido às pessoas, com o Plano Doxiadis. Abandonado o plano, a cidade prosseguiu concentrada na área central, pendendo um pouco para a Zona Sul, pois nenhum empresário se arriscaria à implantar uma filial de sua empresa em Acari,  sem incentivos, sem segurança, sem garantias de sucesso no empreendimento, deixando claro que não tenho nada contra o simpático bairro.
Se essa rede de bairros interligados tivesse sido realmente criada, com um metrô mais abrangente, boas estradas, linhas de ônibus boas e úteis (que não liguem o "nada" ao "lugar algum"), hoje não teríamos tantas pessoas desempregadas. Convenhamos, são tantos os impostos que uma empresa paga para se implantar no Rio, que somar isso ao gasto com empregados (a passagem do ônibus 2336, Campo Grande X Castelo custa singelos 4,70) levaria as pequenas e médias empresas à bancarrota.
Então, a ampliação do metrô, as melhorias no nosso jovem bilhete único e nas nossas estradas, ajudariam e muito  na contratação de profissionais que moram em áreas distantes, e principalmente, ajudariam ainda à diversificar o nosso polo comercial e de serviços. Empresas de Telemarketing, escritórios de advocacia, contabilidade, grandes empresas se concentram no centro da cidade, raramente na Barra da Tijuca ou em Botafogo.
 A diversificação do nosso polo comercial passa por uma distribuição das empresas de serviços à bairros como a Tijuca, Jacarepaguá, Campo Grande, Madureira, e outros bairros importantes,de onde as pessoas são obrigadas à se deslocar em péssimas condições de transporte público ao Centro para trabalhar.
Somente uma política que passe segurança aos empresários, de poder implantar empresas em determinados locais e receberem incentivos para isso, poderá mudar o quadro de desemprego na cidade, e de desigualdade entre bairros, pois duas horas de Avenida Brasil ou uma hora de Linha Amarela, são de matar.

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